O pontilhismo, para mim, é mais do que apenas uma técnica — é um exercício de paciência, foco e presença. Cada ponto que coloco no papel parece me desconectar um pouco mais do caos digital e me trazer de volta ao presente, onde só existem o papel, o nanquim e o tempo.
Usando diferentes pontas, com espessuras que variam de 0.03 até 1.0, exploro texturas, sombras e formas, criando uma malha de detalhes que aos poucos ganha vida.
Muitos dos meus desenhos são inspirados em imagens e figuras que já existem, mas através desse processo, sinto que as transformo em algo meu. O ato repetitivo e deliberado de criar algo ponto por ponto é quase terapêutico, um momento de introspecção e reconexão com o físico. Não se trata apenas do resultado final, mas do caminho até ele — um caminho que me desafia e me acalma ao mesmo tempo.